segunda-feira, 21 de abril de 2014

Vivendo...

A cada dia me perco mais, vou seguindo sem rumo certo, deixando a onda me levar, me jogar contra os rochedos, me machucarem, feridas profundas, difíceis ide cicatrizar. O sangue parece escorrer no meio da solidão dos meus pensamentos. Me sinto pequena, diminuída, louca para fugir, desistir. Tudo parece conspirar para minha infelicidade. Eu só queria um pouquinho de paz, de um abraço de conforto, um beijo de amor, um sorriso cúmplice, que me dissesse "vai ficar tudo bem". Queria teus braços fortes a me envolver, tua voz quente entrando docemente em meus ouvidos (não esse silêncio assustador que me faz morrer lentamente). Queria sentir tuas mãos em meus cabelos, segurando meu rosto com segurança de quem sabe exatamente o que quer. Queria estar bem, que você estivesse bem e que a gente pudesse viver. Felizes, cúmplices, companheiros. Mas estou aqui... mais uma vez... sozinha... perdida... triste... desamparada... infeliz... e o pior, sem você...


segunda-feira, 14 de abril de 2014



"SONETO 22





Meu espelho não me dirá que envelheço,

Enquanto tenhas a mesma idade e juventude;

Mas quando em ti vejo a essência do tempo,

Sinto que a morte expiará meus dias.

Pois, toda a beleza que viceja em ti

É apenas um prolongamento do meu coração

Que vive em teu peito, como o teu em mim:

Como, então, eu seria mais velho do que és?

Ah, então, meu amor, sê cuidadosa

Como eu, não por mim, mas por tua vontade;

Carregando teu coração, que guardarei comigo,

Como a ama protege o seu bebê querido.

Não penses em teu coração quando o meu fenecer;

Tu me deste o teu para nunca mais o devolver."



William Shakespeare




sexta-feira, 11 de abril de 2014

Algumas gotas de chuva caíram em solidariedade às lágrimas que escorrem por meu rosto. Estou em meio a um turbilhão de ideias fervilhantes que me invadem, me dilaceram, me enlouquecem. Uma vida que passa, um homem que passa, tudo se vai e eu fico, perdida em pensamentos desesperados, confusos e silenciosos. Silêncio, palavra cruel, capaz de traduzir tudo e nada ao mesmo tempo. Vivo a cada instante a certeza de que não há como se dizer nada,nada do que sentimos, o sentimento só pode ser vivido e não dito. Só existe o silêncio, o vão da voz, o vermelho amargo, a tempestade, o redemoinho e eu...no meio de tudo isso.