quinta-feira, 16 de dezembro de 2010


O encontro turbulento de nossos corpos


Pensando em você resolvi escrever estas linhas.
Não me importo com dogmas, com crenças, com leis e com qualquer coisa que queira me prender, ultimamente, resolvi escutar o meu demônio pessoal, que não se parece com o de Platão, mas com o de Baudelaire.
Gostaria de viver meus desejos mais íntimos, entendendo que ao realizá-los continuariam sendo desejos... e, portanto, nunca saciáveis.
Sentir o roçar de seus cabelos na brancura suave de minha pele.
Sentir invadir meu corpo o som de teu violino, para fazer jorrar o néctar mágico de seu lírio branco, transformando meus singelos suspiros em estrelas, como o leite de Minerva o qual criou a Via Láctea.
Saborear as gotas de almíscar que escorrem por teu corpo e sentir-me vagar por entre as nuvens, sendo guiada pela brisa de teus sussurros.
Adormecer, me esquecer de tudo, de todos... somente sentir o teu acolher, os teus braços a me envolver, me aquecer com o calor de teus doces abraços.
E acordar acreditando que não estava apenas nos braços de Morfeu, mas nos de um viril filho de Marte.

Heloísa Braga

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010


Imensos vazios

Hoje as coisas parecem melhores do que ontem, mas o que fica é que tal tendência não continuará.
Coisas melhores e piores surgirão sem que eu possa fazer algo para evitar. Sou um grão de areia de coloração diferente, no meio da imensidão da praia. Sou igual a todos e imensamente diferente.
Passo, assim como todos passam, sofro, me desespero, como todos e ao mesmo tempo diferente de todos.
Amo e me sinto imensamente sufocada por não conseguir unir todas as pontas do novelo que constitui minha vida.
Um dia será que conseguirei encontrar o ponto certo no meio do deserto, no meio do sertão, sendo que ser tão diferente me torna simplesmente igual aos outros.

Heloísa Braga

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010


Simples assim...

Abram passagem pois preciso passar, meu caminho sou eu mesma quem faço, mas preciso de sua ajuda.
Segure minha mão, me dê um sorriso, acene ou simplesmente pense em mim.
Me aceite, assim, da forma como sou... com todas as rasuras e fissuras.
Vá na frente, não me importo de te seguir.
Podes ser meu guia, mesmo que esteja perdido, o máximo que acontecerá é compartilhar de minha angústia.
Somos seres solitários, diante da imensidão da maioria esmagadora e suas ideologias e "virtudes".
Somos nós, unos, únicos, insignificantemente grandes.

Heloísa Braga
Somente incertezas







dúvida sempre parece ser a certeza de todos os seres pensantes, assim como a incerteza do caminho que devemos seguir.
Há muitas veredas e apenas um (e isso é sério), um sertão.
A vida é breve, o caminho incerto, as opções diversas e o tempo, ah! o tempo, não brinca conosco. Ele corre, voa, nos atropela, nos leva, nos deixa...
c
a
í
m
o
sem perceber

que tudo passou, que não podemos voltar (a menos que estejamos em Tonga)
O que está a nossa frente é sempre a única coisa que devemos - ou que podemos- ver.
Sem rodopios, sem suspiros, sem suicídios, sem...
Até logo, até breve... te encontro no infinito.


Heloísa Braga