quinta-feira, 16 de dezembro de 2010


O encontro turbulento de nossos corpos


Pensando em você resolvi escrever estas linhas.
Não me importo com dogmas, com crenças, com leis e com qualquer coisa que queira me prender, ultimamente, resolvi escutar o meu demônio pessoal, que não se parece com o de Platão, mas com o de Baudelaire.
Gostaria de viver meus desejos mais íntimos, entendendo que ao realizá-los continuariam sendo desejos... e, portanto, nunca saciáveis.
Sentir o roçar de seus cabelos na brancura suave de minha pele.
Sentir invadir meu corpo o som de teu violino, para fazer jorrar o néctar mágico de seu lírio branco, transformando meus singelos suspiros em estrelas, como o leite de Minerva o qual criou a Via Láctea.
Saborear as gotas de almíscar que escorrem por teu corpo e sentir-me vagar por entre as nuvens, sendo guiada pela brisa de teus sussurros.
Adormecer, me esquecer de tudo, de todos... somente sentir o teu acolher, os teus braços a me envolver, me aquecer com o calor de teus doces abraços.
E acordar acreditando que não estava apenas nos braços de Morfeu, mas nos de um viril filho de Marte.

Heloísa Braga

Um comentário:

  1. Profundo, intimista como o encontro de dois corpos
    que se fundem para celebrar a plenitude vida tornando o abstrato em concreto.
    Adorei, perfeito!

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