domingo, 24 de outubro de 2010

Origem: " Friedrich Hölderlin”, Gedichte”, Reihe Reclam, Phillipp Reclam 2000. Tradução de Luís Costa, Züschen MMVII (Edição Bilingue)

Hälfte des Lebens


Mit gelben Birnen hänget

und voll mit wilden Rosen

das Land in den See,

ihr holden Schwäne,

und trunken von Küssen

tunkt ihr das Haupt

ins heilignüchterne Wasser.

Weh mir, wo nehm' ich, wenn

es Winter ist, die Blumen, und wo

den Sonnenschein,

und Schatten der Erde?

Die Mauern stehn

sprachlos und kalt, im Winde

klirren die Fahnen.


Meio da vida


Com peras amarelas

E repleta de rosas silvestres

A terra estende-se por cima do lago,

Vós graciosos cisnes!

E embriagados de beijos

Molhais a cabeça

Na sagrada e sóbria água.

Pobre de mim ! onde irei buscar

Quando for Inverno, as flores e

Onde o brilho do Sol

E as sombras da terra ?

Frios e mudos,

os muros erguem-se;

ao vento, as bandeiras tilintam.


Um comentário:

  1. Nota
    Este é um dos poemas mais famosos de toda a lírica alemã. A primeira estrofe apresenta um quadro harmónico entre as forças da vida elementar. A partir da segunda estrofe, porém, há uma ruptura total com a harmonia da primeira estrofe. Aqui encontramos a dissonância da vida em toda a sua dimensão. O próprio ritmo testemunha isso. Poderemos então dizer que neste pequeno poema existe uma tese e uma antítese, sem síntese? Penso que não. No meu modo de ver, o próprio poema será, na sua totalidade, essa tal síntese que aqui parece faltar, ou diga-se, antes, a trindade quântica.

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